Assessora de Marielle que sobreviveu a atentado também era alvo de executores, diz PGR

  • 09/05/2024
(Foto: Reprodução)
Fernanda Chaves, que estava no carro junto com a vereadora do Psol e o motorista Anderson Gomes, só não morreu por ter sido protegida pelo corpo de Marielle. Segundo a denúncia, os mandates também queriam a sua morte. Fernanda Chaves fala sobre prisões no Caso Marielle A jornalista Fernanda Chaves, que trabalhava como assessora da vereadora Marielle Franco (Psol) e estava no mesmo carro que foi metralhado na noite de 14 de março de 2018, também era um dos alvos dos mandantes do crime. Essa foi a tese apresentada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que também apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa como mandantes do atentado, em 2018, contra a vereadora Marielle Franco. Segundo a denúncia, os mandantes também queriam a morte da jornalista. Para os investigadores, Fernanda só não morreu porque o corpo de Marielle acabou a protegendo dos tiros. De acordo com o documento, o homicídio "apenas não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dos denunciados. É que como ela se abaixou e o corpo de Marielle Francisco da Silva estava ao seu lado, não pode ser alvejada". A PGR concluiu que os criminosos tinham como objetivo matar todos que estivessem com a vereadora no momento do atentado. A ideia era dificultar as investigações. Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar Marielle Franco Reprodução Os três citados na denúncia estão presos desde o fim de março. A TV Globo apurou que a peça foi entregue na última terça-feira (7) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). ‘Não sabiam quem era Marielle, não sabiam o tamanho dela’, diz assessora que sobreviveu ao atentado Outras duas pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento no crime e presas pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (9): Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, que foi assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A denúncia assinada pelo Vice-Procurador-Geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, aponta os irmãos Brazão como mandantes do homicídio e por integrar uma organização criminosa. Já o delegado Rivaldo Barbosa foi denunciado como mandante também do homicídio. Fernanda Chaves, assessora que sobreviveu ao atentado contra Marielle Reprodução/TV Globo Denúncia da PGR Depois de um mês e meio de análise e aprofundamento da investigação da PF, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes. LEIA TAMBÉM: Irmãos Brazão mandaram matar Marielle por frustrar interesses da dupla, diz PGR Veja os próximos passos da denúncia contra os mandantes do assassinato da vereadora Suspeito de mandar matar Marielle, Chiquinho Brazão perdeu votos em reduto eleitoral antes do crime De acordo com a denúncia, a delação do matador-confesso, Ronnie Lessa, faz todo sentido para implicar os irmãos Brazão no mando da morte da Marielle e Anderson. A PGR entendeu que pelos intermediários que participaram do crime, pelas circunstâncias, mais a narrativa do colaborador, Lessa se encontrou com os irmãos Brazão. O órgão afirma ainda o ex-PM recebeu dos irmãos a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora. A denúncia da PGR considera provas decorrentes de dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones e triangulação de sinais de telefonia, além de oitivas de dezenas de testemunhas. Caso Marielle: mais dois suspeitos estão presos por participação no crime Para a PGR, toda esta análise investigativa documental mais o histórico político dos irmãos Brazão confere a convicção para a acusação criminal contra os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo. A denúncia aprofunda os interesses econômicos fundiários dos irmãos, as relações deles com as milícias e os atritos com adversários políticos como a vereadora Marielle e seu partido, o Psol. O contexto da execução de Marielle estaria, segundo a PGR, 100% inserido na obsessão pela exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia. Áreas nas quais os irmãos Brazão se fizeram e se fortaleceram política e financeiramente, de acordo com a conclusão da PGR. O que dizem os denunciados Até a última atualização desta reportagem, a defesa de Robson Calixto ainda não tinha se manifestado. Domingos Brazão A defesa de Domingos Brazão foi informada, pela imprensa, sobre o oferecimento de denúncia relacionada ao homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes. A defesa constituída ainda não teve acesso à acusação e tampouco às colaborações, porém, ao julgar pelas notícias, a narrativa acusatória é uma hipótese inverossímil, que se ampara somente na narrativa do assassino confesso, sem apresentar provas que sustentem a versão do homicida. Chiquinho Brazão A defesa do Deputado Federal Chiquinho Brazão esclarece que ainda não teve acesso à Denúncia formulada pela PGR, como também ainda não conhece os termos das delações citadas no relatório da PF. Assim, ainda não é possível fazer um juízo de valor sobre as acusações. Rivaldo Barbosa Os advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane afirmaram que causou estranheza à defesa esse tipo de procedimento porque, segundo a notícia, a denúncia teria sido apresentada no dia 7, mas fomos ao STF no dia 8, para protocolar pedido de revogação da prisão preventiva do Rivaldo Barbosa, e não existia informação nos autos sobre o protocolo de nenhuma peça da PGR. A defesa de Rivaldo Barbosa afirmou também que é estranho o fato de nenhum dos investigados terem sido ouvidos antes da denúncia da PGR, em total afronta a determinação judicial do STF, de oitiva dos investigados logo após a prisão. No caso específico do RIVALDO, a narrativa de um réu confesso de homicídio (Ronnie Lessa) parece mais importante do que o depoimento de um delegado de polícia com mais de 20 anos de excelentes serviços à segurança pública do RJ, que sequer teve a chance de expor sua versão sobre os fatos antes de ser denunciado. Sobre o mérito da acusação, os advogados informaram que irão se posicionar oportunamente, tão logo tenham acesso ao teor da denúncia. Major Ronald A defesa de Ronald Paulo Alves Pereira, capitaneada pelo escritório Igor de Carvalho, esclerece que foi surpreendida pela informação da inserção de seu cliente, como acusado, no processo que apura a morte da vereadora Marielle e de Anderson. Sobretudo porque, após detida análise do relatório final da investigação, disponibilizado pelo Supremo Tribunal Federal, fica evidente que a própria Polícia Federal afirmou a total ausência de elementos que corroborassem as palavras do criminoso confesso e delator Ronnie Lessa, no tocante à participação do cliente deste escritório. Portanto, causa elevada estranheza a conduta da Procuradoria Geral da República ao oferecer denúncia e requerer prisão, haja vista o pequeno prazo entre o término da longeva investigação (que concluiu inexistir provas contra Ronald) e a denúncia. Ressalte-se que, assim que houver maiores informações acerca dos motivos que levaram a tal inusitada situação, posto que esse escritório ainda não teve acesso ao conteúdo do processo, a defesa trará à sociedade as provas que refutam tais infundadas acusações.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/05/09/assessora-de-marielle-que-sobreviveu-a-atentado-tambem-era-alvo-de-executores-diz-pgr.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Top 5

top1
1. Ressuscita-me

Aline Barros

top2
2. Advogado Fiel

Bruna Karla

top3
3. Casa do pai

Aline Barros

top4
4. Acalma o meu coração

Anderson Freire

top5
5. Ressuscita-me

Aline Barros

Anunciantes